O Silêncio do Pai: o intrigante silêncio divino que sempre irromperá em honra.
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Este é um livro sobre Jesus Cristo e seus últimos instantes no Jardim do Getsêmani.
Falar sobre Jesus sempre é algo contagiante e empolgante. E quando começamos a lançar algumas letras sobre a vida e a obra do Deus feito homem, a mente é bombardeada de dezenas de relatos bíblicos e não bíblicos a respeito desta singular pessoa. Suas palavras, suas obras e toda a sua vida são constantemente apresentadas nas mais diversas áreas da literatura. É gigantesca a quantidade de livros, tanto de pesquisa acadêmica, de teologia, de interpretação bíblica, de ficção, de autoajuda, de prática religiosa, enfim, páginas e mais páginas discorrendo sobre a vida deste homem que mudou radicalmente a história tanto do ponto de vista humano quanto religioso. Além da literatura ainda temos a música, a pintura, a escultura, o teatro, a poesia e toda a beleza do cinema que continuam apresentando algum aspecto da história do Filho do homem. As ciências políticas, a história, a filosofia, a sociologia e a própria teologia rebuscam nas raras narrativas históricas e na tradição cristã elementos humanos e sociais que possam descrever um pouco mais acerca do Messias prometido à nação de Israel que difundiu a mensagem salvífica do Reino de Deus a todas as demais nações.
Mesmo assim sempre existirá uma lacuna na qual ainda se possa dizer alguma coisa sobre a vida e a obra do Ungido de Deus, colocando-o como o verdadeiro modelo de humanidade perfeita e como o Caminho que conduz o homem novamente a Deus. Neste modelo de humanidade apresentado pela vida do Messias encontramos inúmeras situações que merecem ser imitadas em nossas vidas, inclusive um dos momentos mais difíceis enfrentados por ele, o último instante em que esteve no jardim do Getsêmani onde desencadeou todo o processo que o conduziria à morte.
Na madrugada da sexta-feira o Pai se calaria e não responderia ao clamor do seu Filho Amado, ainda que por três vezes recorresse em oração, posto em agonia profunda e lágrimas. Este silêncio, O silêncio do Pai diante do clamor do filho e as reações deste filho a este silêncio é o tema central deste livro. O intento é fornecer uma resposta muito prática e simples às questões que borbulham dentro de nós quando não encontramos uma resposta para nossas crises e dificuldades que surgem durante a nossa caminhada seguindo o Senhor Jesus. O livro tenta expor nossas reações quando nos aproximamos do Pai por meio de nossas orações, expondo a ele todas as nossas necessidades, e obtemos dele apenas o seu intrigante silêncio. Não somente nossas reações, mas como devemos agir nesta caminhada com o Pai quando ele insiste em ficar totalmente em silêncio.
É também importante ressaltar que este livro não é um livro acadêmico. Ao contrário das outras obras publicadas ele não é o resultado de uma elaborada pesquisa dentro de um determinado assunto abordado sobre Jesus. Por esta razão que no decorrer da leitura são raras as citações bibliográficas bem como as notas de rodapé, salvo as citações bíblicas, resultando assim, numa reduzidíssima bibliografia. Desta maneira, não que o assunto seja fictício em virtude de não ser uma pesquisa acadêmica, muito pelo contrário, o tema é pertinente aos nossos dias diante das situações diárias que cada cristão enfrenta tanto no seu relacionamento com Deus, com as pessoas à sua volta e consigo mesmo.
A primeira parte do livro Sob a sombra de Jerusalém: uma questão bíblica e histórica é uma tentativa de ambientar o leitor com alguns eventos da vida de Jesus como a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o seu relacionamento com o Pai, a vida dos discípulos de Jesus, a última ceia e, finalmente, a caminhada do ambiente da ceia até a sua chegada no jardim do Getsêmani. A leitura deste primeiro capítulo pode parecer um tanto distante da ideia principal do livro. No entanto, esta leitura se faz necessária, pois ela dará os insumos básicos para melhor compreensão dos eventos apontados nos capítulos seguintes.
Os capítulos seguintes abordarão diretamente, de maneira bíblica e prática, as atitudes que precisamos ter no momento que o Pai se mantém em silêncio diante das nossas súplicas, deixando transparecer que não está se envolvendo com a nossa realidade. Todas estas atitudes estão totalmente baseadas nas reações de Jesus durante a sua permanência do jardim do Getsêmani até o momento da sua prisão e condução à casa do sumo sacerdote na sexta-feira que antecedia ao festival da Páscoa dos judeus. Estas reações de Jesus no jardim das oliveiras não estão relatadas nos Evangelhos apenas para nos fornecer algum tipo de informação histórica, estão ali descritas para que, além da informação histórica, mereçam ser aplicadas nas mais diversas situações da vida onde recorremos ao Pai e ele reage para conosco em meio a seu silêncio.